Num Velório

 

Ontem à noite (10/12/2005) fui com familiares no Teatro América em Sorocaba, na apresentação do meu neto de quatro anos, que a escola (maternal) dele organizou.

Após a apresentação, fomos a uma pizzaria que possui amplas janelas de Blindex que dão para a calçada de uma rua estreita.

Estávamos sentados próximos a uma janela quando uma moça ao passar pela calçada nos reconheceu e nos informou que havia falecido o Sr. Severino Nunes da Silva, com 73 anos, pai da viúva de meu cunhado e que o velório estava sendo realizado ali próximo, na mesma rua, em local apropriado na OSSEL.

Soubemos depois que o desencarne ocorrera de forma rápida e inesperada devido a parada cárdio respiratória e que no momento em que tentaram nos avisar, já não estávamos mais em casa

Eu já o conhecia de outras ocasiões e ele sempre se mostrou um homem gentil e educado

Pois bem, aproximei-me do corpo, parei diante dos seus pés e por pensamentos busquei esclarecê-lo sobre a sua nova situação, como sempre o faço, quando estou num velório ou diante de algum recém-desencarnado.

Observei que no seu peito havia um papel, provavelmente com mensagens e ou orações, onde se lia em letras maiores “Assembleia de Deus”, demonstrando sua condição de evangélico.

Percebi que ele estava ali em pé, ao lado do seu próprio corpo físico, meio perturbado, mas que me ouvia e me entendia.

Procurei esclarecê-lo sobre o que ele sentia e percebia em sua nova situação, naquele momento, e que devia abrir seu coração e perceber que ele estava agora num ambiente cheio de amor, de carinho, onde amigos espirituais estavam ao seu lado tentando ajudá-lo, que ele agora iria para uma colônia espiritual onde poderia ler muitos livros, numa ampla biblioteca, assistir palestras esclarecedoras, etc.

Em determinado momento abriu-se como uma brecha no ambiente em que estávamos e fomos envolvidos por dulcíssimas emanações de amor e uma luz resplandecente

Não há palavras que possam descrever aqueles rápidos instantes… foi como se eu tivesse contatado um verdadeiro céu

Sentindo-se amparado e no meio de amigos, ainda pude “entreouvir” nitidamente ele dizer:

“Agora eu estou bem… muito obrigado!!”

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